Este meu jardim está dando o que falar. Outro dia foi um anjo que apareceu. Hoje foi um pé de “não
sei o quê”. Apelidei a plantinha com este nome por
não saber o que era. Ela tinha caule e folhas compridas, teve a audácia de despontar por sobre os arbustos
rasteiros, tomando toda a visibilidade de todos que por ali passavam. Deixei que a criatura tomasse forma, estava
curiosa em saber até onde ia tal ousadia. Notei que o tomateiro outrora verdejante,
havia amarelado com a chegada repentina da nova hóspede imponente e, desconfiado,
não deixou que suas ramas chegassem próximo da abusada, que se tornava a
cada amanhecer, mais viçosa. Eu passei a
observá-la todos os dias no mesmo horário. Como era comprida e faceira! Suas
folhas largas serviam de abrigo para alguns insetos que a escolheram para botar
seus ovos. Ela crescia proeminente, com
seu caule flexível que balançava ao sabor do vento. Era primavera, eu tinha
esperança de obter alguma pista do que vinha ser tal planta, mas não
aconteceu. Eram só folhas e mais folhas.
O outono chegou
e a maioria das plantas já estavam ficando nuas. Olhei para o “pé de
não sei o quê” e vi vários buquês repletos de botõezinhos verdes, enfim alguma
pista, abri um largo sorriso com tal descoberta. Não tardou para os botões
abrirem. As pétalas eram de um vermelho intenso e o miolo era laranja
vibrante. Tudo normal, se não fosse um
detalhe; as pétalas estavam para baixo enquanto o miolo livre como uma
taça oferecia seu néctar aos visitantes que apareciam. Passei horas tentando entender aquela arquitetura do Criador. Aquelas pequenas florzinhas eram lindamente diferentes de todas as flores que eu já havia conhecido. Elas contrariavam toda e qualquer lógica floral. Além de audaciosa era estilosa.
Como se não
bastasse, notei alguns bulbos compridos entre as folhagens. Ela continuava me
surpreendendo. Esperei mais uma semana, e os bulbos abriram, e deles saíram um
tufo de fios finos e sedosos que carregavam sementes que eram lançadas ao ar a cada rajada de vento. Elas passeariam sem rumo pelo ar até cair em solo fértil e cumprir sua missão. Porém, neste processo incerto, algumas seriam arrancadas rapidamente por serem confundidas com uma erva daninha. A paciência é uma virtude que pode nos proporcionar um poço de encantamentos.
Peguei uma pequena quantidade de sementes e assoprei. Pedi ao vento que as encaminhassem com segurança a um lugar de solo fértil, e que elas brotassem e fizessem outros jardineiros felizes.
Logo acima deixo alguns registros deste lindo recorte que roubei
do tempo e semeei aqui...
Bom dia Leila
ResponderExcluirEu não conhecia esta plantinha
Mas que lindeza heim?
As cores são espetaculares e enfeitou o seu jardim
Um domingo abençoado
Beijos
Olá Gracita! Eu também não conhecia! Na verdade ainda estamos nos conhecendo..kkkk Beijos querida...
ResponderExcluirAchei o nome ! Asclepias Curassavica. Planta nativa das Américas tropicais, é cultivada como planta ornamental em jardins. As suas flores são muito atrativa para as borboletas e é destas plantas que a lagarta da borboleta monarca se alimenta, a monarca percorre vários quilimetros para depositar seus ovos e é uma ótima espécie para ser criada e de simples manejo. Que privilégio hospedar hóspede tão ilustre...kkkk
ResponderExcluirQue nome?... Bem, mas isso não importa; importa é ter tido o prazer de ler algo encantador, escrito com imaginação criativa digna de aplausos...
ResponderExcluirUm beijo.
Que legal, amo jardins! <3
ResponderExcluirhttp://julietices.blogspot.com.br/